Nos meses de estiagem, especialmente entre julho e setembro, muitas regiões do Brasil enfrentam períodos de tempo seco e aumento de queimadas, que podem trazer sérios impactos à saúde, principalmente para o sistema respiratório. A baixa umidade do ar, combinada com a poluição e partículas liberadas pelas queimadas, coloca a população em risco, especialmente pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite.

Como o tempo seco e as queimadas afetam a saúde?

1. Baixa umidade do ar: O tempo seco faz com que o ar fique menos úmido, o que resseca as mucosas do sistema respiratório, tornando-o mais suscetível a infecções e irritações.
2. Poluição do ar: As queimadas liberam grande quantidade de fumaça e partículas finas no ar, que podem ser inaladas profundamente nos pulmões. Essas partículas aumentam os casos de doenças respiratórias, como rinite, sinusite e agravamento da asma.
3. Dificuldade na respiração: A inalação contínua dessas partículas, combinada com o ar seco, pode causar sensação de falta de ar, chiado no peito e tosse persistente.

Principais grupos de risco:

• Crianças e idosos: Têm sistemas imunológicos mais frágeis e, portanto, são mais vulneráveis às doenças respiratórias.
• Portadores de doenças respiratórias: Pessoas com asma, bronquite crônica, enfisema pulmonar e outras condições respiratórias crônicas estão em maior risco.
• Pessoas expostas ao ar livre: Trabalhadores que atuam ao ar livre, como agricultores e operários, também estão expostos aos efeitos do tempo seco e das queimadas.

Dicas para proteger a sua saúde neste período:

1. Hidratação: Manter o corpo bem hidratado é fundamental. Beber muita água ajuda a manter as mucosas respiratórias úmidas e melhora a resposta imunológica.
2. Umidificação do ar: Utilizar umidificadores de ambiente ou, de forma improvisada, deixar toalhas úmidas ou recipientes com água espalhados pela casa pode ajudar a melhorar a qualidade do ar interno.
3. Evitar exposição prolongada ao ar livre: Em dias de queimadas intensas ou baixa umidade, é importante reduzir a exposição ao ar livre, principalmente em horários de pico de calor e quando a concentração de fumaça é maior.
4. Uso de máscaras: Quando for inevitável sair em áreas muito poluídas, o uso de máscaras com filtro pode reduzir a inalação de partículas nocivas presentes no ar.
5. Higiene nasal: Lavar o nariz com soro fisiológico várias vezes ao dia ajuda a remover partículas de poluição e umidificar as vias aéreas, reduzindo os efeitos do ressecamento.
6. Alimentação saudável: Manter uma dieta rica em vitaminas e minerais pode fortalecer o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções respiratórias mais facilmente.

Quando procurar ajuda médica?

Se notar sintomas como tosse persistente, dificuldade para respirar, dor no peito, ou se doenças respiratórias crônicas estiverem se agravando, é essencial procurar atendimento médico. Esses sinais podem indicar que a saúde respiratória está sendo fortemente impactada pelas condições ambientais.

O período de seca e queimadas no Brasil exige cuidados redobrados com a saúde respiratória. Tomar medidas preventivas pode minimizar os danos e evitar complicações graves, especialmente para aqueles que pertencem aos grupos mais vulneráveis. É essencial manter-se informado e adotar práticas diárias que preservem a saúde até o fim desse período crítico.

É importante ressaltar que colocar fogo em áreas urbanas ou rurais, além de prejudicar gravemente o meio ambiente e a saúde pública, é crime, previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98). A prática ilegal de queimadas pode resultar em multas e até prisão para os responsáveis. Além disso, os danos causados pela fumaça afetam diretamente a qualidade do ar, agravando problemas respiratórios e colocando em risco a vida de milhares de pessoas, especialmente durante os períodos de seca. Para proteger a saúde de todos e o meio ambiente, é essencial denunciar essas ações às autoridades competentes.